Muitas vezes, das primeiras perguntas que me fazem é: “Sofia, a tampa da sanita é para estar sempre fechada, não é?” E a Sofia sai-se com um “Depende”, que imediatamente desencadeia um levantar de sobrolho do outro lado.
Na antiguidade as casas-de-banho, ou instalações sanitárias se preferir, eram vistas como algo de muito negativo, e eram até espaços que se encontravam no exterior das casas e constituídos apenas por um buraco. Com o passar dos tempos, estatuto social, exigências de conforto e a evolução da construção, as casas-de-banho foram-se incorporando nas habitações, e nos dias de hoje ocupam o lugar de mini spa’s em casa, cheias de beleza e de design.
Pese embora uma casa-de-banho seja um espaço de libertação do que não é necessário e de remoção de sujidade, na verdade também é um espaço de limpeza, de purificação, e de energização. Por essa razão, a casa-de-banho não deve ser um espaço descuidado, mas sim um espaço com capacidade para nos revitalizar.
Quando me perguntam se a tampa da sanita e a porta da casa-de-banho devem estar fechadas e eu respondo “depende”, é porque de facto depende do tipo de energia que a casa-de-banho tem, entre outros fatores.
Há casos em que a energia da casa-de-banho precisa de ser escoada e aí levantam-se as tampas das sanitas para escoar e fecham-se as portas das casas-de-banho para que essa energia não se espalhe pela casa. Há outros, em que é necessário reter a energia e aí sim, as tampas das sanitas fecham-se e as portas das casas-de-banho deixam-se entreabertas.
Outra questão que me colocam com alguma frequência é quais as cores que devem colocar nos materiais, nos acessórios e nos atoalhados de uma casa-de-banho. Aqui também devem existir alguns cuidados nesta escolha para que as casas-de-banho estejam em sintonia com a energia nessa área e no resto da casa em geral. Tais cores não se definem por a casa-de-banho estar a Este ou a Sudeste ou a Norte ou noutro qualquer sector de uma casa. Por exemplo, se estiverem a Este e a Sudeste devem ser verdes porque esses sectores cardeais correspondem ao elemento Árvore ou se estiverem a Norte devem ser em tons de preto ou azul porque são as cores do elemento Água a que corresponde esse sector… Não. Uma coisa são os elementos, e por sua vez as cores, que regem um sector cardeal, outra são os elementos (incluindo cores) que devemos colocar nesse mesmo sector. Em termos de Feng Shui Clássico, só quando se faz a análise do espaço e respetivos cálculos é que se pode concluir quais os melhores elementos (cores, materiais, formas, etc.) que se devem colocar em cada zona da casa.
Contudo, para quem não tem essas conclusões e gosta por exemplo de casas-de-banho em tons de encarnado, laranja ou até beringela, cores do elemento Fogo portanto, saiba que é importante unir/harmonizar, através do Ciclo das Cinco Transformações, o elemento Fogo dessa cor, com o elemento Água, elemento tão presente e regente das e nas casas-de-banho. Assim, neste caso, para harmonizar estes dois elementos deverá colocar algo que represente o elemento Árvore na casa-de-banho, como por exemplo, algo em madeira, ou de cor verde, ou às riscas verticais, ou até uma planta.
Figura – Ciclo das Cinco Transformações. Imagem com direitos de autor.
Outra característica muito habitual nas casas portuguesas, é a existência de casas-de-banho na zona do topo central da fração. Assim:
Tal característica pode mexer fortemente com as emoções dos residentes, principalmente ao nível da sua valorização, quer seja no valor que se auto-reconhecem, no valor que os outros lhes retribuem ou até, a falta de segurança sobre os próprios méritos que resultam, regra geral, em receios e desconfortos. Esta questão emocional pode acontecer, mesmo que a casa-de-banha esteja bem localizada em termos energéticos. Assim, uma das soluções que se pode aplicar nestes casos, é colocar algo que se destaque de cor encarnada nesta zona, pois essa cor, como referimos, está associada ao elemento Fogo e este ao reconhecimento interior e exterior. Se por acaso este elemento for proibido nesta zona ou o mesmo não for suficiente para resolver o problema, aí há que trabalhar a valorização e a frustração de outras formas e no resto da casa.
Outro pormenor que é necessário tomar em linha de conta porque mexe automaticamente com disponibilidade e energia, com a vitalidade, com a capacidade de recção às agruras do dia-a-dia, são as canalizações e torneiras.
Roturas, pingos, percursos labirínticos da rede de distribuição, são muitas vezes o propulsor destes sintomas.
Se quiser saber mais sobre as casas-de-banho, nomeadamente os significados das suas localizações e o que fazer, pode sabe-lo no meu livro “Mude a Sua Casa Enriqueça a Sua Vida”.
Para terminar, faça da sua casa-de-banho um espaço agradável, cuide-o, e ajude-o a cuidar de si também!
Votos de boas energias!